OCDE revê em baixa PIB da Zona Euro e coloca Alemanha em recessão
Além de cortar em 0,39 pontos percentuais a taxa de crescimento média anual do PIB da Zona Euro entre 2023 e 2024, a OCDE antecipa uma contração de 0,2% para a Alemanha este ano.
O efeito da política monetária fortemente restritiva por parte do Banco Central Europeu (BCE) ao longo do último ano está a surtir efeito, e não só pelas boas razões. Se, por um lado, a taxa de inflação no espaço da moeda única está a desacelerar paulatinamente desde outubro do ano passado, passando de 10,3% para 5,3% em julho; por outro lado, as medidas do BCE estão a provocar um abrandamento da economia.
“O impacto da política monetária mais restritiva está a tornar-se cada vez mais visível“, refere a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) num relatório publicado esta terça-feira, sublinhando que “a confiança das empresas e dos consumidores está a diminuir.”
Depois de em 2022 a economia da Zona Euro ter crescido 5,5%, as mais recentes previsões da OCDE, publicadas esta terça-feira, apontam para que a economia da moeda única irá expandir apenas 0,6% este ano, cerca de 0,3 pontos percentuais abaixo do que a OCDE estimava em junho, e apresentar uma taxa de inflação média de 5,5%, quando em junho antecipava uma taxa de 5,8%.
Isto significa que, se em junho a OCDE antecipava que a Zona Euro iria registar uma taxa de crescimento média anual de 0,85% entre 2023 e 2024, agora prevê que o grupo das 20 economias da Zona Euro cresça, em média, 0,46% por ano, menos 0,39 pontos percentuais face ao que antecipava em junho.
A sustentar o corte das previsões da OCDE para a Zona Euro está a economia alemã que, segundo os analistas do organismo, não deverá conseguir escapar a uma contração de 0,2% do PIB este ano — esta não é uma previsão totalmente surpreendente, dado que, recentemente, o Fundo Monetário Internacional (FMI) antecipava uma correção de 0,3% do PIB da Alemanha para 2023.
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O embate que a economia europeia enfrentará este ano é grande, mas o que levanta maiores preocupações é a recuperação no próximo ano. Segundo as novas projeções da OCDE, o PIB da Zona Euro deverá crescer 1,1% em 2024, ficando 0,4 pontos percentuais abaixo do que previa em junho, e apresentar uma taxa de inflação média de 3%, cerca de 0,2 pontos percentuais abaixo das previsões publicadas em junho.
No entanto, a OCDE alerta que os riscos e as dúvidas em relação à economia mundial que se vislumbram no horizonte “inclinam-se para o lado negativo”, notando que havendo surpresas, a probabilidade de prejudicar o crescimento é maior do que beneficiar.
“A incerteza sobre a força e a velocidade da transmissão da política monetária e a persistência da inflação são as principais preocupações”, lê-se no relatório, com os analistas a anunciarem que “os efeitos adversos de taxas de juro mais elevadas podem revelar-se mais fortes do que o esperado, e uma maior persistência da inflação exigiria uma maior restritividade das políticas, o que poderia expor as vulnerabilidades financeiras.”
Esta realidade é particularmente severa para a economia europeia e norte-americana que, no último ano, assistiram ao maior e mais rápido aumento das taxas de juro. Todavia, a OCDE alerta que “a política monetária deve permanecer restritiva até que haja sinais claros de que as pressões inflacionistas subjacentes tenham diminuído de forma duradoura.”
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