Bolsas voltam a tremer um mês após o grande “sell-off”
Queda da Nvidia tirou dez mil milhões de dólares à fortuna do seu fundador num único dia. Nesta quarta, a europeia ASML cai mais de 5% e a portuguesa Mota-Engil chegou a afundar 12%.
Os ativos de risco estão novamente a enfrentar turbulência. Esta quarta-feira, as ações asiáticas e europeias estão a acompanhar a tendência de queda sentida em Wall Street no dia anterior, que sofreu a pior sessão de perdas desde a sexta-feira negra do passado dia 5 de agosto.
No mercado asiático, o índice MSCI Asia Pacific desvalorizou 2,4% esta quarta-feira e o MSCI Emerging Markets cedeu 1,6%. O primeiro agrega quase 1.400 empresas large and mid caps oriundas de cinco países desenvolvidos e oito mercados emergentes. O segundo foca-se apenas em empresas de mercados emergentes. Na bolsa de Tóquio, o Nikkei desceu 4,24%, para um mínimo de três semanas.
Entretanto, na Europa, o índice pan-europeu Stoxx 600 caía mais de 1,1% por volta das 10h15 (hora de Lisboa), a terceira sessão consecutiva de perdas, enquanto o português PSI recuava 0,7%, com a Mota-Engil a evidenciar-se pela negativa ao afundar mais de 9%, elevando para 30% a desvalorização já acumulada desde o princípio do ano. Mas ao longo da manhã chegou a perder 12%.
Nos mercados globais são as tecnológicas que estão em destaque. Na terça-feira, a fabricante de chips Nvidia, a cotada que mais tem surfado a onda da inteligência artificial (IA) generativa nos últimos dois anos, desvalorizou 9,53%, um deslize que eliminou cerca de dez mil milhões de dólares da fortuna do seu fundador, Jensen Huang, num único dia.
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As ondas de choque cruzaram o Atlântico. Na Europa, a empresa de semicondutores ASML negociava em forte baixa, vendo as suas ações recuarem 5% em Amesterdão. O sentimento negativo está a contagiar outras cotadas tecnológicas, como a fabricante alemã de software SAP, que estava a cair 1,58% à mesma hora.
Enquanto isso, a tendência dos futuros de Wall Street aponta para uma abertura em baixa esta quarta-feira, com os futuros do S&P 500 a caírem 0,27%, os do Dow Jones a perderem 0,18% e os do tecnológico Nasdaq a recuarem 0,40%. Na terça o Nasdaq perdeu 3,26%.
Ainda que deem como praticamente certo que a Reserva Federal dos EUA irá começar a descer as taxas de juro já a partir deste mês, os investidores estão novamente preocupados com o andamento da economia mundial, depois da divulgação de dados pouco animadores sobre a produção industrial norte-americana e sobre a atividade no setor dos serviços da China.
Estas preocupações trazem ecos do que aconteceu no início de agosto, há exatamente um mês, em que dados económicos piores do que o esperado sobre o emprego nos EUA, conjugados com a inversão da política monetária no Japão, geraram quedas nas bolsas como não eram vistas há muito, com os mercados a temerem uma recessão.
Neste contexto, a divulgação do número de pedidos de subsídio de desemprego nos EUA na quinta-feira, referentes à semana passada, mas principalmente do nível de criação de emprego em agosto, divulgado na sexta, será altamente escrutinada e determinante para saber o nível do corte já sinalizado para a próxima reunião da Fed, marcada para os próximos dias 17 e 18.
Esta quarta-feira são também divulgados outros indicadores económicos, incluindo o índice PMI dos serviços da Zona Euro e as vendas do retalho. Será ainda anunciada uma decisão de política monetária pelo banco central do Canadá.
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